Still Want You
A viciar na música e na imagem. Todo o Sábado. Todo o Domingo. Toda a semana. Toda a vida quase!
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A viciar na música e na imagem. Todo o Sábado. Todo o Domingo. Toda a semana. Toda a vida quase!
Eu gosto de música. Eu gosto mesmo muito de música. Eu gosto de ouvir nova música e conhecer novos artistas, porque às vezes chegam aqueles meses em que não nos apetece ouvir nada, queremos alguma coisa fresca mas os nossos artistas preferidos estão de férias - coitados, depois de nos darem tantas alegrias, também é bom que tirem férias.
Actualmente ando mais virada para ouvir coisas comerciais - lá está, estou tão preguiçosa para procurar que vou explorar o que toda a gente anda a ouvir a ver se é bom ou mau. Ou então esperamos pelas entregas de cerimónias de prémios para ver quem é que está na berra. Quase um mês depois dos BRIT AWARDS, eu ainda ando a ouvir artistas britânicos, pois eles estão em alta e a qualidade é boa. Ora vejam/oiçam (*):
Puto giro que sabe tocar guitarra e escreve algumas das suas letras. Ah mas tem um vozeirão gutural de fazer inveja ao Bob Dylan. Se ele investir mesmo na carreira, pode vir a ser grande nos próximo anos.
LISTEN: CASSIE O | LISTEN TO THE MAN | BLAME IT ON ME
Lembra-se do jazz da Amy Whinehouse? Se estava com saudades, pode ser descobrir a Paloma com a sua voz mais dramática mas poderosa. Esteve nomeada três vezes para a Melhor Voz Feminina nos BRIT AWARDS e só ganhou este ano. Mas vai ver que merecia os três.
LISTEN: CAN'T RELY ON YOU | ONLY LOVE CAN HURT LIKE THIS | UPSIDE DOWN
Escrevam num papel ou nas paredes do vosso quarto: o James Bay vai ser o vosso artista preferido dos próximos tempos. 25 anos, voz e look indie mas com uma guitarra capaz de fazer milagres. As suas músicas delicadas mas focalizadas no instrumental tornam as suas letras ainda mais poderosas. Compre o CD, é só isso que lhe digo.
LISTEN: SCARS | HOLD BACK THE RIVER | IF YOU EVER WANT TO BE LOVE
Acho que o Ed dispensa de apresentações. Agrada a miúdos e graúdos porque é apenas um puto ruivo com uma guitarra a cantar e a tocar aquilo que lhe apetece, seja pop, rock ou jazz. E vai fazer três espectáculos no estádio de Wimbley no Verão. Será que vai conseguir encher aquele palco enorme? Não sei, mas ele tem todo um one-man-show muito competente.
LISTEN: BLOOSTREAM | THINKING OUT LOUD | THE ONE
Mal os ouvi pensei: «são estes gajos que vêem salvar o rock antigo». A beijarem os pés de Jack White e Jimmy Page, os Royal Blood trazem a sua guitarra furiosa ao Coliseu de Lisboa já no dia 2 de abril. A oportunidade de os ver vai ter de ficar para outra altura mas entretando há sempre o álbum de estreia para ouvir e repetir quantas vezes quiser.
LISTEN: FIGURE IT OUT | TEN TONNE SKELETON | OUT OF THE BLACK
Esta menina/senhora tem sido a minha preferida dos últimos tempos. Uma pessoa anda cansada do pop chato e sempre igual das outras todas mas a Ellie Goulding dá ao pop um ar electrónico, dramático, a rasgar o desespero. A sua voz, tal como ela admite, vai para todas as direcções, dos agudos aos graves sem qualquer tipo de técnica especial. Um pop mais maduro e nada secante. É de ouvir com atenção.
LISTEN: ATLANTIS | THE WRITER | ONLY YOU | ANYTHING CAN HAPPEN
(*) Não tenho qualquer tipo de direitos de autor sobre as músicas dos artistas ou as fotografias que integram este artigo.
Sabem o que deviam fazer este sábado/domingo/fim-de-semana/quando tiverem tempo livre?
Deviam ouvir James Bay. E se não conhecem, então estão em óptima altura de conhecer, porque o álbum dele acabou de sair e ele vai actuar no Optimus Alive (desculpem, Nos Alive, é a força do hábito) e ele é mesmo muito bom. Um homem, uma guitarra e umas letras e dá uma salada fantástica de músicas. Como uma amiga minha diz, "ele faz música porque gosta de música". E para esta época tecnológica, é o que basta.
Fotografia: Getty Images
Qualquer um de nós já foi adolescente e sabe bem o que são os chamados "ataques". O bonzão da turma ter aceite o nosso pedido de amizade no Facebook/Twitter é como ganhar a guerra e não ser convidada para aquela saída à noite é suicidio social. Tudo em excesso e se não fosse dessa forma ninguém era adolescente.
E esse excesso está a deixar os adultos e os pais malucos, porque não percebem os gritos e choros incontroláveis que se vêem na internet porque um rapaz qualquer de uma boyband desistiu sair da banda. Mas ele morreu? Não, só saiu da banda mais famosa do mundo. Mas se ele não morreu, porquê o choro todo? Mas isto agora já não há adolescentes normais? Vão agora chorar por um puto rico que quer ter uma vida normal?
Os adolescente são assim mesmo, com as paixões fortes e se a paixão tem a ver com uma boyband de cinco rapazes jeitosos então o mundo pára. Podemos argumentar se a idolatria é válida ou não por causa de toda a máquina pop que sustenta a carreira meteórica e milionária destes jovens mas a questão não é essa.
A verdade é que isto já aconteceu no passado mas não havia redes sociais para servirem de testemunho do desespero adolescente: as Spice Girls e os Backstreet Boys são os mais recentes exemplos do mundo pop que sofreram a partida de um membro e que viram o seu futuro em águas de bacalhau. Até podemos evocar nos anos 1990 a morte de Kurt Cobain, pois apesar de fazer parte de uma realidade musical diferente, também movia as mesmas paixões e fez com que milhares de adolescentes se deprimissem nos meses seguintes.
O verdadeiro cerne da questão não é perguntar se estas adolescentes são normais ou não: ser adolescente é por definição não ser normal e todos nós já tivemos nesse lugar. A questão tem a ver exactamente com o fim do mundo construído pelo adolescente, o mundo que foi abalado quando Zayn Malik abandonou os One Direction.
Quando somos adolescentes, o mundo real é cruel e frio: os nossos pais não nos compreendem, os nossos professores cortam-nos a criatividade e a nossa melhor amiga é capaz de andar com a nossa paixoneta secreta e não ver nenhum problema nisso. E muitos jovens refugiam-se na música tornando-a no seu porto seguro. Agarram-se às letras que traduzem os seus sentimenos, querem conhecer e amar as pessoas que cantam os seus pensamentos e transmitem a sua adoração através de t-shirts, cds, pulseiras, tatuagens. Quando o mundo real não nos compreende, a música está lá sempre para nós - como amante de música e pós-adolescente, eu sei que a música nunca me abandona e nunca me irá desiludir. Até ao dia.
Um acontecimento deste tipo que ocorre a uma banda com uma base de fãs extremamente leal abala as fundações temporárias do adolescente. Foi o jovem Malik que rompeu com o sonho e mostrou a imensos jovens que o mundo imaginário que construiram e que visitam sempre que precisam não existe. Os nossos ídolos são humanos e eles podem escolher não serem mais nossos ídolos. Eles abandonam-nos, eles não querem saber de nós, eles não querem continuar a dar-nos alegrias. Será que este pensamento é racional? Será esta uma situação de abandono? Certamente que não, mas para um adolescente o abandono existe, é real e dói como o caralho. É a primeira desilusão da vida e ela tinha de acontecer, mais cedo ou mais tarde.
Estas coisas chateiam, frustram e deprimem uma pesoa. O nosso único refúgio perdeu-se e já não temos âncora. Mas como qualquer coração partido, qualquer adolescente vai crescer e ultrapassar a desilusão. Como um primeiro amor ou uma primeira paixão, ela não será esquecida mas novos interesses e paixões vão fazer-nos continuar a vida e um dia o sol irá brilhar outra vez. Mas por agora a comunidade adolescente está de luto - e por isso vamos respeitar o seu tempo.