Amor num Range Rover
O Dia dos Namorados já lá vai mas acho que o amor continua no ar e eu acho isso fofinho.
Noutro dia, fui levar um amigo a casa e estou a virar a esquina e o carro à frente pára, para apanhar uma pessoa do lado direito.
A mulher vai a abrir a porta mas eu vejo a porta da esquerda a abrir - o condutor vai sair. O homem sai do carro, dá a volta, abraça a mulher, agarra-a e dá-lhe beijos. Sim beijos. Não é um beijinho fofinho de cuprimentar, é uns três beijos, é uns beijos na boca, no canto da boca, na bochecha, nos olhos, é onde a mulher tiver cara e deixar que o homem a beije.
O homem levava-a já para casa e metia-a na cama e a enchia de beijos, mas lá se apercebeu que estava na rua, na estrada, com o carro parado a dificultar o trânsito. Lá se toca e pede desculpa e dá a volta para pegar no carro. Ela entra no carro a sorrir e eu também me rio, porque o amor é bonito.
Mas ainda há mais.
O Range Rover continua à minha frente e pára no semáforo, uns bons metros à frente da linha. O homem tem péssima visão, não vai conseguir ver quando o sinal para verde mas ele não se importa. E ele não espera. Inclina-se para a direita e dá-lhe beijos, e fala com ela, e beija-a de novo, e beija mais uma vez, e beija loucamente. E olha para o sinal a ver se já está verde. Mas está vermelho e beija de novo, e beija mais uma vez, e beija no nariz e diz que gosta muito dela.
Até que o sinal virou verde e o Range Rover já pode acelerar. E mal tem oportunidade encosta-se à direita, estaciona e tira o cinto e finalmente consigo passar e eu continuo a minha vida.
De facto as pessoas são doidas mas pelo menos são loucas pelas boas coisas.