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Agora a Sério

Um local sério para se falar das coisas sérias de todos os dias. Só para pessoas que se levam muito a sério.

Agora a Sério

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Páginas de histórias #1

amaralrita, 14.04.15

No livro O Clube de Cinema, de David Gilmour, o protagonista, um pai de 40 anos, está no metro e encontra uma antiga paixoneta. O acontecimento leva-o a fazer uma reflexão sobre a vida. No momento em que li esta passagem soube que a tinha de anotar em algum lado, porque mas verdade do que isto não há.

Leiam também:

Tinha o cabelo mais comprido, mas parecia não ter mudado, estava ainda muito parecida com a altura em que me disse aquelas terríveis palavras. Inclino-me a ensar que já não estou apaixonada por ti.» Que frase! Que escolha de palavras!

Durante seis meses, talvez um ano, já me esqueci, tinha sentido a sua falta com a intensidade de uma dor de dentes. Tínhamos partilhado tantas intimidades nocturmas, ela e eu, coisas só nossas que dissemos, coisas só nossas que dizemos, e agora, estávamos os dois sentados na mesma carruagem de metro sem nos falarmos; o que me teria parecido trágico quando era mais novo, mas que me parecia agora, não sei...a triste realidade da vida. Não é fantástico, nem triste, nem obsceno, nem hilariante, é apenas uma coisa normal; é o mistério de como as pessoas entram e saem das nossas vidas que acaba por não ser assim tão misterioso. (Afinal de contas, elas têm de ir para algum lado).

p. 122

Finalmente um bom livro

amaralrita, 25.03.15

Aos anos que eu andava para ler este livro!

É daqueles livros que uma pessoa encontra numa revista qualquer; é aquele livro que se memoriza «ah e tal é aquele livro com aquela história», é aquele livro que se passa por ele trinta vezes na Fnac e lembra-se que tem de o ler, é aquele livro que nos esquecemos de procurar quando à promoções de livros online. Ou então é aquele livro que vemos na prateleira de livros de uma amiga e dizemos «tens este livro? quero lê-lo há séculos, posso levar?». E depois de levarmos para casa, ele passa a ser o livro que nos esquecemos completamente que existe, até que nos lembramos que queremos ler alguma coisa e vamos procurá-lo. E é aquele livro que finalmente queremos ler e fazemos o esforço de desligar as tecnologias mais cedo só para apreciar aqueles dois capítulos ao final do dia.

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O Clube de Cinema: Um pai, um filho, três filmes por semana, de David Gilmour, 2011

 

Os primeiros três foram de uma acentada ontem à noite e vamos continuar para o resto da semana. E sim, vou ler o livro e ver os filmes de que falam - é o começo de uma experiência.