Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Agora a Sério

Um local sério para se falar das coisas sérias de todos os dias. Só para pessoas que se levam muito a sério.

Agora a Sério

Um local sério para se falar das coisas sérias de todos os dias. Só para pessoas que se levam muito a sério.

Olá, eu sou a Rita e sou Mala-ólica

amaralrita, 06.04.15

Tenho uma confissão a fazer: sou viciada em comprar malas. Eu sou Mala-ólica.

Não deve ser grande surpresa: sou mulher, gosto de fazer compras e nos últimos anos tive o meu despertar para a moda. E como qualquer mulher estou sempre a ganhar e a perder peso, logo os melhores investimentos do mundo são sapatos (sou um perfeito 37, sem peito do pé inchado ou pé largo, comprar sapatos na internet é um dos prazeres da vida!) e malas. 

Oh, as malas.

Toda a gente cá em casa já faz a pergunta "outra mala? mas quantas malas tens?". Todas as semanas sento-me na mesa da sala ao computador e tenho 3 malas ao meu lado, no chão, e usei-as todas numa semana. Porque uma é mais pequena e tem uma alça maior mas a outra dá mais jeito se é para levar muitas coisas. Mas no outro dia ia tomar café com uma amiga e queria levar aquela mala tcharan que comprei na internet. E não nos podemos esquecer que a mochila é a coisa mais prática do mundo para fazer longas caminhadas. 

Sim, admito: tenho um problema com malas. Mas sinceramente todas as mulheres têm um problema com compras, não é? Umas são loucas por sapatos, outras por ténis (ups, guilty again!), outras por lenços de todas as cores e feitios, outras por camisas brancas, outras por saltos altos com mais de 10 cm...eu só sou igual a qualquer outra mulher jovem que se quer pôr bonita, não é?

Mas eu posso explicar, porque o facto de ser apenas Abril e eu já ter comprado 4 malas (!!) tem toda uma história.

Eu faço anos em Dezembro logo tenho a perfeita desculpa para receber mais presentes do que as outras pessoas. Há dois anos, comprei uma mala, a minha irmã deu-me outra no Natal e a minha tia ofereceu-me mais uma. Todas diferentes, mas todas serviam para alguma coisa. Mas pensei para mim «não, isto tem de acabar, no próximo ano, não compro nenhuma mala. 2014 não gasto dinheiro em malas. Ponto».

E meus caros amigos, eu posso dizer que cumpri esta promessa. Em 12 meses do ano, fiz muitas compras mas não gastei dinheiro num shopping bag, numa mochila para os festivais de verão, numa clutch para as saídas à noite. Zero. Nada. RienNothing. Se os outros me ofereceram malas? Ah, mas isso é outra história, é o dinheiro deles, não é o meu, logo não conta.

E, por isso, depois de um ano de celibato pensei que poderia aos poucos voltar à carga mas fazer investimentos em malas específicas e boas. Mas obviamente que a história tinha de correr mal.

Mandei vir a primeiríssima mala da Internet porque já andava à procura de uma mala mais senhora há bastante tempo. Depois de tanta procura lá a encontrei e ela foi usada poucas vezes, porque não a queria estragar no mundo. Foi uma compra simples, rápida, bem pensada e considerando que eu queria uma mala daquelas há quanto tempo, foi uma boa compra. Uma compra clean, por isso estou inocente.

Depois, encontrei uma mochila da Louis Vuitton cá por casa e quis usá-la mais vezes mas estava tão velhinha, tão podre que pensei «se calhar ainda compro uma mochila, porque é chique e dá jeito». E lá mandei vir uma mochila azul escura Long Champ. 

«É LongChamp falsa, então! Mas de longe não se nota! E assim tens uma mochila para as viagens pela Europa, para um concerto de Verão, para um café ao pôr-do-sol. Sim, compra lá isso que vale a pena». Sai a LV, entra a LongChamp e dá imenso jeito.

Só que ela estava a demorar muito tempo a chegar até mim (a culpa é tua, alfândega) e um dia estava a espera de uma amiga minha no Terreiro do Paço, entro na Mango da Rua Augusta e vejo aquela mala preta que queria há meses, aquelas shopping bags simples, sem forma, em que dá para por tudo lá dentro, como se fosse um saco de batatas. E estava 5 euros mais barata.É que não ia deixar escapar! É que meses antes fui de propósito ao Freeport à Mango Outlet buscar o raio da mala e ela não estava lá para me receber. Agora que estava ali à mão de semear e ainda por cima mais barata eu ia dizer que não?

Óbvio que não!

Eu queria-a há meses, ela vai-me durar para toda a eternidade e é uma mala preta, eu podia ir a uma super reunião importante no Four Seasons com um big boss lisboeta qualquer e levar aquela mala que não havia problema nenhum. Não era uma compra, era um investimento para o resto da vida (vamos aprender uma coisa: se uma mala durar mais de 2 anos, ela torna-se uma mala para o resto da vida, mesmo que nunca mais seja usada. Não fui eu que inventei as regras, eu só as pratico!).

Mas o caldo ficou todo entornado neste fim-de-semana de Páscoa. Queria sair de casa, pego no carro, vou ao Dolce Vita, ao outlet gigante do El Cort Inglês e saio de lá com uma mala branquinha linda com flores, uma edição especial do Oscar de La Renta.

Eu repito, eu comprei uma Oscar de La Renta. Eu tenho uma Oscar de La Renta. É uma La Renta low-cost, mas ainda está lá o nome do homem. E eu que estava mesmo a precisar de uma mala branca, uma mala de uma cor leve para este verão, porque a última mala de Verão que eu tive foi uma rafeira cor-de-rosa da Primark. Coitadinha, nem um Verão durou mas eu insisti com ela, porque não ia gastar dinheiro numa mala branca. Mas agora apareceu-me aquela, branquinha, linda, chique, dava com tudo, baratíssima e de um designer fantástico? A mala era mais do que um sonho, mais do que um investimento: a mala era um agora-ou-nunca. 

E pronto, estamos a 6 de abril e eu já tenho quatro malas novas a estrear cada uma melhor do que a outra. E eu ainda queria comprar uma mochila para os festivais de Verão e talvez uma mala a tiracolo para também levar para concertos.

Por favor, alguém que crie uma associação de apoio a pessoas como eu, porque até a minha conta bancária já se quer divorciar de mim. Se tirarem um ano de férias da actividade consumista, por favor, façam um plano de reinserção que se não, dá mau resultado.

 

P.S. - estou-me a sentir mal por ter estes desejos consumistas durante a Páscoa. Para o ano fico quarenta dias sem falar de compras. Ou fazer compras...mas as de supermercado contam, certo?

 

1 comentário

Comentar post