Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Agora a Sério

Um local sério para se falar das coisas sérias de todos os dias. Só para pessoas que se levam muito a sério.

Agora a Sério

Um local sério para se falar das coisas sérias de todos os dias. Só para pessoas que se levam muito a sério.

A Tua Cara Não Me É Estranha

amaralrita, 30.04.15

Há uma doença que está a afectar as pessoas que me rodeiam e eu já estou a começar a ficar preocupada com a situação. Mas vamos começar pelos factos.

 

Quando pensaram na minha criação, um ser superior decidiu dar-me bastante inteligência para lidar com as parvoíces deste mundo mas até que foi simpático em dar-me uma cara também jeitosa. Redondinha, pequenina, com um sinalzão na bochecha...sou uma fofura, pronto!

O que essa entidade se esqueceu de me avisar é que, quando começar a conhecer muitas pessoas, vou sofrer do Síndrome do Reconhecimento Familiar - ou como eu gosto de chamar, o Síndrome Eu-Conheço-te-De-Algum-Lado.

 

Depois de uma adolescência pacata a não conhecer pessoas parecidas comigo, até achava que ia passar o resto da minha vida com uma cara simples mas única, dentro do possível. Mas não. Agora conheço pessoas pela primeira vez e depois do Olá vem a tirada: "a tua cara não me estranha" ou "eu conheço-te de algum lado".

 

À primeira vez tem piada mas à segunda começo a suspeitar.

 

Mas eu ando a aparecer na televisão e ninguém me diz nada? É que é preciso pagar direitos de imagem.

 

Será que tenho uma irmã gémea a passear por aí? Mais valia ter aparecido há uns dez anos atrás, para fazermos aquelas trocas de identidade na escola.

 

Será que alguém se está a fazer passar por mim para me incriminar de algo? Espero bem que seja a Emma Stone, para podermos trocar de vidas.

 

Será que sou a reencarnação de alguma estrela de cinema? Já que estamos a congeminar, pode ser a Audrey Hepburn?

 

Será que ando nos sonhos de toda a gente, tipo Casperzinho? A minha carinha até ficava bem de fantasminha cor-de-rosa.

 

Mas o que é que eu posso fazer relação a isto?

Mudo de cara e espero que não faça lembrar ninguém? 

Enfio-me num buraco e espero que esta doença passe e o mundo me esqueça?

Ou começo a inventar histórias do género: "sim, conhecemo-nos nos Globos de Ouro o ano passado, eu estava com aquele vestido da Fátima Lopes, não se lembra?"

 

Este caso não está encerrado e eu não vou desistir até encontrar uma explicação. E conselho de amiga, fiquem alertas porque pode afectar-vos!!

Coisas que odeio

amaralrita, 29.04.15

A Rita do Sei Lá nomeou-me para um desafio de fazer uma lista de coisas que me irritam.

Eu primeiro pensei «bem, isto até parece canja!» mas depois vi que ela conseguiu nomear 57 coisas...como assim 57 coisas?! Será que consigo por aqui tanta coisa? 

Mas pensei em fazer uma coisa diferente. Fui ao meu Pinterest e decidi escolher os melhores cartões que têm tudo a ver comigo. Escolhi mesmo aquelas situações que me fazem pensar "ai detesto quando isso acontece":

i-hate18.jpg

 É isso e pessoas com metabolismos decentes. Arg.

i-hate19.jpg

É assim, eu sou sempre linda e perfeita, mas nas fotografias fico só linda. Não percebo.

 

i-hate.jpg

 First World Problems, right?

 

i-hate.jpg1.jpg

Quando a tua vida está uma merda, a culpa é daqueles emails que não enviaste. 7 anos de azar - é verdade. 

 

i-hate3.jpg

E pessoas a conduzir a 40km/h na Segunda Circular quando uma pessoa está cheia de pressa? Nem vamos começar a discutir! 

 

i-hate4.jpg

«Ai são vinte minutos e vais sentir-te como novo», só nos mentem. 

 

i-hate5.jpg

 Não-percebo-nem-quero-perceber-mas-irrita.

 

i-hate6.jpg

 Tipo eu e a Wikipedia somos amigas desde sempre, se eu digo que sei é porque sei.

 

i-hate7.jpg

Eu não ando aí a dizer a toda a gente que toda a gente devia ouvir Beatles e que Nirvana não é assim tão bom. Mas há quem se ache no direito de me dizer constantemente que eu devia ser MEO em vez de NOS. Mas pronto. 

 

i-hate8.jpg

A minha Internet é a mais lenta do mundo e eu mesmo assim ainda tenho a esperança de que ela vai melhorar. 

 

i-hate9.jpg

Discussões de 20 minutos sobre a personagem da novela que é filha da má mas que é prima do bonitão. WHO CARES? 

 

i-hate10.jpg

Aquele toque sublime, rápido, pequenito que dói horrores e quando o sangue sai parece que vão sair as tripas lá de dentro. Dá-me mais nervos que lulas.  

 

i-hate11.jpg

 Chama-se compaixão pelo próximo, já dizia Jesus.

 

Posso ainda acrescentar:

 

 

 

Buda, de Karen Armstrong

amaralrita, 28.04.15

É sempre complicado para mim escolher um livro para ler. Tem a ver com o meu estado de humor: se quero ler um clássico da literatura ou se quero algo soft, ou algo divertido, ou algo histórico, ou algo marcante - já para não falar que tenho de escolher se me apetece ler em Português ou em Inglês, o que condiciona bastante a minha escolha final. E cada vez que olho para a quantidade de livros que tenho em casa fico sempre com o mesmo pensamento: com tanta porcaria (salvo seja) como é que eu não consigo escolher um livro qualquer para ler?

 

A falta de tempo ou de paciência ou motivação deixam-me sempre indecisa e acabo por não escolher nada, acabo por passar meses sem ler nada, acabo por perder tempo noutras coisas menos produtivas. Mas este ano tenho de forçar-me a ler mais, a conhecer mais, a viver mais literatura. E nesta última semana forcei-me a ler alguma - e a solução passou por ler uma segunda vez um livro: Buda, de Karen Armstrong.

 

Comprei-o há uns anos atrás porque estava interessada em conhecer mais sobre o Budismo e este livro tem todo o ínfimo pormenor sobre a história da filosofia budista e da sua figura central. Escrito por uma historiadora de religião altamente qualificiada, o livro pode parecer pequeno mas tem mesmo muita informação: até para uma pessoa com tendências jornalísticas, isto até é informação a mais, mas tem de ser, porque os trabalhos académicos são coisas sérias e quando são bem escritos devem ser reconhecidos e recomendados. Depois da introdução extensa, o livro segue a cronologia da vida do Buda, começando na sua primeira vida, passando pela sua conversão e iluminação e terminando no momento da sua morte. O intituito não é fazer reflexões sobre a importância de Buda na actualidade, mas sim dar uma biografia à pessoa que Buda foi no tempo que viveu. Pegando no cliché da coisa, o livro escreve sobre o homem e não a lenda.

 

E agora vocês perguntam-me: então gostaste mais da segunda vez? Sinceramente, não mudou nada desde a primeira leitura. Gostei mais da parte final do livro e mesmo com uma segunda tentativa, não me converti ao Budismo. Contudo, vai continuar a ser um dos meus livros preferidos, muito porque eu gosto de ler sobre religião e através do trabalho fantástico de Armstrong, conheci a fundo a história do Budismo e o seu espírito, bem como a forma como a bibliografia consultada foi tratada, o que torna todos os detalhes informativos mais fidedignos.

 

Queria colocar algumas passagens que me interessaram bastante na segunda leitura mas como elas são gigantescas, aqui fica a última que apontei, em que o Buda fala sobre a existência de Deus - uma visão com a qual concordo quase a cem por cento.

O Buda sempre negou a existência de qualquer princípio absoluto o Ser Supremo, pois isso podia ser outra fonte de apego, o que se tornaria uma obstáculo à iluminação. Tal como a doutrina do «eu», a noção de Deus pode também ser usada para tranquilizar e valorizar o ego. Os mais sagazes monoteístas nas religiões judaica, cristã e islâmica tomariam consciência deste perigo e falariam de Deus com uma reticência análoga à do Buda relativamente ao nirvana. Também insistiriam que Deus não era outro ser, que a noção de «existência» era tão limitada que seria mais correcto dizer-se que Deus não existia e que «ele» era Nada. No entanto, a um nível mais popular, é um facto que Deus é, frequentemente, reduzido a um ídolo criado à imagem e semelhança dos seus adoradores. Se imaginarmos Deus como uma versão em ponto grande de nós próprios, com aversão e gostos semelhantes aos nossos, a tentação seria grande de «lhe» atribir igualmente algumas das nossas esperanças, medos e preconceitos. Este Deus sedutor contribuiu para algumas das piores atrocidades religiosas da história. O Buda teria descrito a crença numa entidade divina complacente para connosco como algo «não construtivo»: só conseguiria fazer cair o crente na armadilha do egoísmo que devia transcendente. A vida da iluminação exige que rejeitemos semelhante falso apoio. (p. 116-117)

 

O clube de leitura volta quando a motivação e a paciência derem tréguas uma à outra e decidirem trabalhar em conjunto. E nunca se sabe quando isso irá acontecer

4 dias e muitos amigos

amaralrita, 27.04.15

Se te perguntassem se eras capaz de fazer voluntariado 4 dias, 4 horas por dia até as 9 da noite, incluindo Sábado e Domingo, o que dirias? Eu disse que sim e foi das melhores decisões que tomei na vida.

 

Motivada em fazer voluntariado para ganhar curriculo numa experiência de produção, inscrevi-te no Festival In: Inovação e Criatividade, pela Marginal Voluntariado. Inscrevi-me porque já não sabia o que fazer à minha vida e fiquei super contente quando fui seleccionada. É que eu já tinha tentado umas quatro vezes e nunca tinha conseguido fazer e desta vez consegui. Isto nem se podia chamar milagre, porque era uma coisa muito acima disso!

 

Estava bastante entusiasmada com a cena e eu até tinha pensado em como as coisas poderiam ser: mas as expectativas superaram tudo porque eu nunca pensei que ia conhecer as pessoas que conheci e que me ia divertir tanto num simples fim-de-semana de muito trabalho.

 

Ao primeiro dia, estamos todos nervosos. É o primeiro dia, a primeira vez para muitas pessoas, então sentimos que estamos todos no mesmo barco. O que devemos fazer? O que devemos dizer? Será que estou a fazer bem? Onde posso arranjar informações? Será que o gajo do outro lado da sala sabe de alguma coisa? Será que posso ir comer agora?

São perguntas que desaparecem logo com o passar do tempo, quando começamos a entrar no ritmo, já conhecemos o mapa todo da feira, já sabemos como e quem podemos ajudar, já combinamos entrar com as mesmas pessoas...e parece que estamos ali há semanas e apenas quatro horas passaram.

 

E no final do dia sentimos falta de tudo. Queríamos mais tempo para conhecer mais pessoas, queríamos passar mais tempo com aquelas pessoas que nos habituamos a ter no dia-a-dia, queríamos que o último dia fosse o primeiro.

 

Mas a vida é mesmo assim, não é? A vida é feita de experiências pequenas e mais ou menos únicas e aquilo que nos fica na memória são as pessoas. São as pessoas que nos marcam. Os dias passam mais rápido, conhecer pessoas novas nunca foi tão fácil e ter todo o tipo de conversas com elas torna-se demasiado natural para não sentir empatia imediata. É que parece que nos conhecemos há séculos!

 

Apenas posso dizer que é para repetir todas as semanas, com as mesmas e novas pessoas. Quem diria que isto de conhecer pessoas novas era tão entusiasmante?

 

Que venha mais disto!

marginal0005.jpg

 

marginal0003.jpg

 

marginal0002.jpg

 

marginal0001.jpg

 

25 de Abril

amaralrita, 25.04.15

Eu: eish hoje é o 25 de Abril...se calhar devia por alguma coisa no blog, tipo soube a liberdade de expressão e essas coisas todas

Eu: oh, fogo, mas não preparaste nada! Ia sair uma bela bodega

Eu: oh, mas podia pelo menos tentar, não? É que é daquelas coisas que tipo..."fica bem", tás a ver?

Eu: epá, mas eu tou-me a cagar se fica bem ou não! Se não me apetece escrever nada, não escrevo, não é? Ainda por cima é sábado e tenho de ir correr

Eu: sim, tenho de ir correr mas continuo à frente do PC a fazer scroll no Facebook e no Instagram

Eu: Pronto, está bem, vamos tentar, eu já abri o blog, e agora?

Eu: Agora escreves...

Eu: Mas escrevo o quê? Até parece que não está tudo dito!

 

Ai tão bom a democracia,

ai tão bom correr com o Salazar,

ai tão vermelho e bonito que é o cravo,

ai que esta nova geração não sabe o que é difícil na vida,

ai que já ninguém liga ao feriado,

ai que em 41 anos de democracia isto ficou muito pior,

ai a crise,

ai a troika,

ai o PREC,

ai a Grândola Vila Morena,

ai a diáspora a comemorar o 25 de abril e a falar mal/bem de Portugal e deste nosso grande país

ai que já ninguém vota e não há democracia

 

ai que estás a fazer um post super parvo e a desvalorizar completamente a cena e a provares que és privilegiada por acordares todos os dias e poderes dizer aquilo que te apetece sem teres uma arma apontada à cabeça

 

Eu: ai, chiça, mas podes-te calar? Estou a tentar pensar em alguma coisa de brilhante...

Eu: brilhante? ao sábado de manhã? sob pressão? sem paciência? boa sorte com isso

Eu: grrrr podíamos ter feito melhor, sabes, se pelo menos tivesse preparado

Eu: ya, tá bem, ias escrever o que? liberdade 50 vezes?

Eu:....

Eu:....

Eu: BORA

 

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE (já estamos a meio)

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE LIBERDADE

LIBERDADE

 

Eu: estão as 50?

Eu: acho que sim

Eu: contaste?

Eu: alguma coisa mais escrita?

Eu: epá, eu fiz Control+V, tem de estar tudo certinho

Eu: mas não parece daquelas cenas em que escreves bué vezes a palavra e parece que não faz sentido?

Eu: Ya, pois parece, olha sabes, isso dava um bom post, se calhar...

Eu: Mete lá isso no Facebook e vai correr.

 

Bom 25 de Abril, meus caros.

 

Pág. 1/6