Os Super-Heróis precisam de ser salvos
Está a chegar o Verão e os big bosses de Hollywood já estão todos excitados, porque está a começar a época de fazer oceanos de dinheiro com os filmes de acção fantásticos. E o sinónimo de dinheiro fácil com efeitos especiais é Marvel.
A senhora Marvel está ainda mais excitada, porque este ano não vai mostrar um mas sim dois filmes que vão deixar o mundo com os olhos colados ao ecrã: eles, porque adoram as cenas de acção, e elas, porque adoram ver os músculos do Thor nas cenas de acção!
Pois é, a Marvel vai estrear a sequela dos Avengers e o novo filme do Quarteto Fantástico. É basicamente a mesma história mas com novos actores. Eu vi o trailer, sem grandes expectativas, e comecei a reflectir sobre o mundo dos superheróis e fiquei bastante irritada: isto está uma catástrofe, meus caros.
Mas vamos começar pelo princípio.
Quem começou esta salganhada toda do novo milénio foram os X-Men, logo em 2000, mas foi o Homem-Aranha, em 2002, que mostrou ao mundo que com o dinheiro não se brinca. Mostrou ao mundo que isto de por os super-heróis no cinema dá mais dinheiro do que o Christopher Reeve em collants. E agora multipliquem isso por três filmes. I love money!, ouviu-se em coro na Califórnia.
Pronto, estava o sucesso lançado. Vieram todos de seguida: o Iron Man, o Hulk, o Daredevil, a Electra, o Hellboy, a Catwoman, o Batman, o Quarteto Fantástico, o Super Homen, o Thor, o Capitão América...enfim, só para dizer alguns.
Mas isto não se ficou só pelo cinema, pois a televisão já percebeu que em vez de passar desenhos animados, podia fazer temporadas de 22 episódios num ano. É mais fácil do que deixar as pessoas anos e anos à espera pela the next big thing. Tivemos o Smallville (nunca segui) mas agora temos o Arrow e o The Flash.
Mas calma, meus caros, que isto agora está tão avançado que já estamos numa nova era em que pegam nos filmes anteriores e recomeçam as sagas todas: já temos novos Homen-Aranha, X-Men (do passado, vá) e agora temos um novo Quartet Fantástico. Mas aqui é que está o problema!
Qual é o sentido de fazerem novos filmes das mesmas histórias que apareceram há dez anos atrás? É que pessoas da minha idade ainda não se esqueceram dos antigos, porque é que vão fazer novos?
Mas isso não é pior, ora vejam:
- O Human Torch do Quarteto Fantástico é o Capitão América (o actor quis subir de divisão, é esperto);
- O Ben Affleck também quis jogar na Primeira Liga e passou de Daredevil para Batman;
- Mas o Batman supostamente é o Christian Bale...ou o Val Kilmer...ou o George Clooney? Se calhar o meu pai também é o Batman e eu não sei!
- E o Joker? No meu tempo era o Heath Ledger, o meu primo diz que é o Jack Nicholson e agora estão a dizer que é o Jared Leto. Boa, o vocalista dos 30 Seconds to Mars é o Joker nas horas livres;
- O Andrew Garfield e a Emma Stone são fantásticos mas filme do Homem-Aranha que se preze tem de ter o James Franco. É o mesmo que falar de doces e não falar de Nutella.
- Há uma série do Flash e vão fazer um filme do Flash mas o actor não é o mesmo...em que é que ficamos?
- O novo Quarteto Fantástico tem a minha idade e a Susan e o Johnny são filhos de mãe branca e pai negro. Na próxima versão, são filhos de casal gay e um deles é transsexual (nada contra, apenas nada a ver com a história);
- A Jessica Alba era a Susan Storm mas foi substituída...tipo, mas há alguém que possa substituir a Jessica Alba?
- Expliquei-me como vai ser a terceira versão dos X-Men. 50 anos para a frente? Universos alternativos?
- Mas a Catwoman é a Halle Berry ou a Anne Hathaway? Se calhar era melhor desistirem desta personagem;
Isto é uma dor de cabeça para quem segue as novidades e eu só tenho 22 anos. Já não sei quem é quem! Por isso, peço aos produtores de Hollywood que se fechem numa sala e resolvam isto de uma vez por todas, porque se não quem fica com uma crise de identidade sou eu!