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Agora a Sério

Um local sério para se falar das coisas sérias de todos os dias. Só para pessoas que se levam muito a sério.

Agora a Sério

Um local sério para se falar das coisas sérias de todos os dias. Só para pessoas que se levam muito a sério.

Chegou Abril?

amaralrita, 04.04.16

Acho que já vos tinha falado deste assunto mas não da maneira aprofundada como gostaria.

Eu odeio Abril.

Repito, eu não gosto de Abril.

É a cena que faz menos sentido na vida.

É aquele assunto que por mais voltas que dês não dá.

É aquela coisa que me faz alergia, urticária e que eu nunca vou entender.

 

É que é por uma razão muito simples: tal como já disse aqui, os meses do ano têm personalidades e o mês de Abril é a personalidade mais estúpida de sempre. E antes que comecem a indagar, eu tenho muitos amigos meus que fazem anos em Abril e não, nunca acabaram comigo ou meteram-me os cornos ou engordei ou chumbei num teste em Abril (vá, uma delas deve ser mentira...).

É que como é que começa a Primavera e depois vem chuva e vento? Como é que se muda o horário e anoitece mais tarde mas depois há trovoadas. Como é que temos a Páscoa e depois temos apenas um mês para queimarmos as amêndoas e os folares antes de irmos para a praia? Como é que isto funciona? Porque é que eu tenho de aturar isto?

Isto deprime-me, bastante até. Quero sol, quero praia, quero Primavera a sério, quero gelados sem estar um frio de rachar, quero usar sabrinas sem pensar que tenho de tirar as galochas do armário, quero esplanadas de t-shirt à hora de almoço de sábado. Mas não, temos de primeiro passar pela tortura de 30 dias a ver S. Pedro esquizofrénico porque ainda não decidiu se acaba com o Inverno e deixa as pessoas irem para a praia à vontade.

 

Va lá, pelo menos há um feriado sobre a liberdade, é o que safa!

OMG É Primavera

amaralrita, 21.03.16

OMG, é Primavera!

(traduz lá isso que não és americana)

Oh meu deus, é Primavera!
(sim...e?)
Epá é Primavera!

(sim, e ela acontece todos os anos por volta desta altura, qual é a cena?)

Não há cena nenhuma, só acho que o tempo passou bué rápido

(o tempo passa, normalmente, todos os dias e todos os anos, exactamente da mesma forma)

Olha que eu acho que não

(olha que eu tenho a certeza que sim)

Mas não sei, não estava a ver que era Primavera

(pois, se não estás a ver então é porque estás distraída)

Pois, ando sempre distraída, é o trabalho, é os amigos, é o blogue é tudo

(sim, o blogue deve cá dar uma trabalheira...)

Claro que dá! Deves pensar que é fácil pensar nestas coisas todas

(sabes que eu sou o teu cérebro, logo quem pensa nessas coisas todas sou eu, não tu)

Mas eu sou eu e tu és o meu cérebro e tu és eu logo eu também penso nessas coisas

(então se tu és tu e eu também sou tu, porque é que dizes que eu não tenho de pensar no teu blogue?)

Olha porque tu às vezes és do contra e parece uma pessoa que só me chateia

(se estás a achar que eu sou outra pessoa quando eu sou tu, acho que estás um pouco doida)

Se eu estou doida, se calhar devia mudar de cérebro, não achas?
(pois, se calhar devias mas depois não estávamos a ter esta conversa, não era?)

Se calhar, não, não estaríamos a falar

(se calhar...as incertezas...as dúvidas se és doida ou não, ai ai o que eu tenho de aturar)

O que eu tenho de aturar digo eu, todos os dias a chatear-me

(eu chateio-te porque és tu que me controlas porque tu és eu, percebes?)

Então como é que tu te podes calar?
(tiras-me da tua cabeça e resolve-se o assunto)
Isso é impossível, depois eu não sou eu

(então vamos ter de ficar juntas, temos pena)
Puff, que seca...pronto, está bem, mas podes-te calar um bocadinho de vez em quando?
(posso tentar mas não prometo, depende de ti)

Então pronto cala-te um bocadinho

(sim, também fico passada com estas conversas, podemos ir apanhar sol?)
Apanhar sol?

(sim, sabes é Primavera)

Ah sim, claro, olha que excelente ideia, bora lá

(eu sei que só tenho boas ideias)

NÓS temos boas ideias, porque eu sou eu e tu és eu

(claro que sim, Rita, claro que sim...)

Toma que já te calaste

(vá anda masé aproveitar o sol)

E as alergias, e as borbulhas, e a chuva em Abril, e as floreszinhas, e os apaixonados da vida

(podes calar-te um bocado só naquela?!?!)

Pronto, está bem vamos embora

(shii finalmente, que dor de cabeça)

Quem tem a dor de cabeça eu ou tu?
(menos, Rita, menos...)

 

É o que a Primavera faz às pessoas.

(PS - só para te avisar que a Primavera foi ontem...mas como choveu bué podes-te ter enganado, por isso estás perdoada!)

O cartão e o carro

amaralrita, 05.10.15

Sai mais uma fábula do livro de contos: a Rita estragou um cartão de débito.

 

O meu cartão de débito é invejado por todo o mundo porque é dourado. Mas também é matreiro. Há semanas em que anda sempre fora de casa e quando eu digo para ele ficar quietinho na carteira, ele tenta sempre esquivar-se para ir parar a um multibanco. É uma criança cheia de sonhos a achar que pode explorar este e meio mundo e que quando chegar a zeros não há problema nenhum.

Mas tenho de pedir desculpa porque não se deve falar assim dos mortos: é que eu matei o meu cartão de débito.

 

Ora uma pessoa quando conduz e vai à praia tem de sacar o cartãozinho para pagar a portagem na ponte, não é, e em vez de estar a abrir a mala, tirar a toalha, a água, a comida, os chinelos e a carteira até achar o cartão, uma pessoa deixa-o à mão, na viseira do condutor. Está perfeito e nem é preciso fazer mais nada...desde que não se esqueça de antes de fechar o carro levar o cartão para casa, não é?

 

Pois.

 

Houve um dia em que ele de facto não foi para casa. E o carro ficou a descansar, num tórrido dia de Agosto com temperaturas a oscilar entre os 36 e os 38 graus. A Rita segue a sua vida e no dia seguinte pensa em sair de casa: "ai com este calor só saio às 20h". Muito bem, Rita, acho que faz muito bem. Quando chegamos ao carro, metemos a viseira para baixo e está lá o cartão.

"Olha que engraçado, está cá o cartão, ainda bem que não precisei dele antes".

O cartão estava lá mas não como dantes.

Tinha ganho uma ondulação característica, como se tivesse ido ao cabeleireiro fazer beach waves. Agora sim, estava dourado, ondulado e com o chip a não funcionar. Eu tinha um cartão californiano que não podia mais surfar.

 

Então não dás dinheiro? E agora?

 

Ainda fui teimosa e tentei que ele pagasse as compras em algumas lojas - e a verdade é que meio torto ele lá se despachou mas as caixas não o queriam de volta. Ou ia bem vestido ou nada feito.

No dia do funeral, nem o consegui levar ao banco. Pedi um substituto mas não o consegui enterrar. Ficou embalsamado, dentro da gaveta, como recordação. Aqui fica uma última homenagem.

 

E não se esqueçam da moral da história: paguem a portagem com dinheiro.

 

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Verão: Calor ou chuva?

amaralrita, 02.07.15

Sabem, há muito que queria desabafar com vocês sobre o calor infernal que se vive em Lisboa. Esqueçam o calor dos 32 graus que só aconteciam em dois dias e a cidade toda protegia-se indo para a praia. Isto agora começa nos 35 e as noites de verão lindas e perfeitas desapareceram, com o vento que se põe. Cá para mim mudei-me para o Egipto e ninguém me avisou.

 

É fantástico usar sandálias e vestidos e não andar com casacos atrás mas estamos a chegar ao cúmulo do exagero. Isto já não é calor, isto já é uma sauna. Já nem vale a pena mandar as pessoas para o Inferno - até o inferno parece mais fresco do que Lisboa neste momento. Como é que se sobrevive a isto? Vou viver para um frigorífico? Uso biquini na rua? Mudo-me para grutas? Emigro para o Pólo Norte? Mais uma gotinha de suor a dar festinhas nas minhas costas e eu saio deste planeta.

 

Esta minha raiva poderia acalmar com a descida da temperatura - uns fantástico 28 graus todos os dias com o céu azul e o Verão estava feito - mas nãããão. Isto um dia estão 35 graus, no outro acorda-se com o céu cinzento e no dia seguinte há previsões de chuvas. Mas vai chover porquê? Se eu quisesse chuva e calor ia viver para as Caraíbas. Mas ninguém percebe o mal que isto faz ao meu cabelo? Um dia está lindo ao sabor do vento e no outro está liso e oleoso. E à minha pele? Então um dia anda a espalhar brilho e bronze pela Avenida da República e no dia seguinte chora debaixo de calças e mangas?

 

Nem sei o que pedir para parar isto: se um grupo de assistentes que me abanem aqueles leques monstruosos à lá Cleópatra ou se compro umas Hunter agora para os Saldos. Enquanto isso, quero o livro de reclamações, se faz favor.